Filipe Albuquerque foi o convidado especial de mais um F1 Eleven 1:1, tendo estado em direto no Instagram da ELEVEN SPORTS. Ao longo do programa, o piloto português de 35 anos falou sobre a sua carreira, sobre a modalidade e sobre a possibilidade do GP de F1 se realizar em Portimão.
Ao longo de mais de 45 minutos, Filipe Albuquerque, atualmente piloto de desenvolvimento e de testes da DS Techeetah – Formula E Team, falou sobre a sua carreira, sobre a modalidade e sobre a possibilidade de o GP de F1 se realizar em Portugal. O piloto português participa também no Campeonato do Mundo de Resistência, no European Le Mans Series e na Taça Norte Americana de Resistência.
Sobre os mais de 20 anos de carreira, o piloto refere que: “Já lá vão mais de 20 anos de carreira, mas o que é certo é que uma pessoa nem se apercebe porque estou a fazer o que gosto”.
Relativamente ao facto de ter feito parte das fileiras da Red Bull entre 2005 e 2008, Filipe Albuquerque indica que: “Quando assinei o contrato com a Red Bull em 2005 já dizia lá F1 e portanto o Helmut Marko dizia sempre que não lhe interessava desculpas, queria era 2ª feira de manhã quando chegava ao escritório ver os pilotos nos 3 primeiros, aí tudo bem. Se estávamos mais para baixo não lhe interessava”. Ainda sobre Helmut Marko, confessa que: “Ele metia-me responsabilidades muito altas de ganhar e ir ao pódio, mesmo quando eu era rookie, e foi sempre assim a exigir muito de mim, mas eu sempre atingi os resultados”. “Ele disse-me um dia que tinha acabado de ter uma reunião com o Gerhard Berger que estava na altura na Toro Rosso e que tinham acordado que a Toro Rosso era exclusiva para pilotos da Red Bull Junior Team, portanto para chegarem à F1 só depende de ti”. “O Helmut Marko é muito direto nas coisas que diz e as coisas são preto e branco, não há um “nim” nem um meio termo”.
Quando questionado sobre os acontecimentos políticos na Red Bull Junior Team, Filipe afirma que: “Houve uma fase muito estranha, quando ganhei o Eurocup Formula Renault 2.0 em 2006, a guerra para subir para a GP2 dentro da Red Bull era entre mim e o Zaugg. Apostaram nele para a GP2 e eu fui para a World Series 3.5. Foi uma decisão política”. Acrescenta ainda que: “Eles tinham opção para eu ir para a F1, mas a maneira como queriam que eu lá chegasse era muito estranha. Eu queria repetir a World Series para tentar ganhar e para eles isso não estava em cima da mesa, quiseram sim mandar-me para a Fórmula Nippon no Japão”. Filipe refere ainda: “Se eles quisessem mesmo apostar a 100% eles iriam fazer como fizeram como Vettel, mas na altura como tinham contrato com o Liuzzi e com o Scott Speed, as coisas não aconteceram…”
Sobre a Fórmula Nippon, Filipe Albuquerque refere que: “A Fórmula Nippon na altura era para pilotos que não tinham sido bem-sucedidos na Europa e iam para o Japão fazer carreira, mas era um bilhete de ida sem regresso, já não se voltava”.
Sobre a F1, o piloto refere que: “Na F1 tens de ter o momento certo, a oportunidade certa, a política certa para lá chegar. Hoje já sou crescido para pensar que merecia ter chegado à F1, não aconteceu, não dependeu de mim… É engraçado porque alguns anos mais tarde passou-se exatamente igual com o António Félix da Costa. A minha sorte foi ter estado com o Pedro e Nuno Couceiro, que eles (Red Bull) disseram que me iam deixar no deserto sem água e eles disseram-me para irmos arranjar outra coisa, porque se a Red Bull quisesse mesmo punha-me na F1”. Ainda sobre a Red Bull: “A Red Bull apesar de tudo ajudou-me muito, testei bastante de Fórmula 1 e ajudou muito no meu futuro, por exemplo na Audi quando andei pela primeira vez no R15 não me intimidava”.
Sobre o início da temporada de F1 este fim-de-semana, Filipe Albuquerque afirma que: “Vamos estar à espera de uma boa luta entre a Mercedes, Ferrari e também a Red Bull que leva um novo motor Honda este fim-de-semana. Se a situação da Honda e da Red Bull entrar bem não me admiro nada que a Red Bull seja campeã do mundo nos próximos anos e que fique para estar”.
Quando questionado sobre a Sainz na Ferrari em 2021, o piloto indica que: “O Carlitos é muito trabalhador, tenho-o visto a evoluir muito na F1, muito metódico e o pai dele deve incutir muito essa maneira de trabalhar. Acho que vai ter ao início algum tempo para se adaptar ao estilo de carro da Ferrari mas acho que a Ferrari vai ter uma dupla espetacular”.
Quanto à possibilidade do GP se realizar em Portimão este ano, o piloto confessa que: “A F1 precisa de nós, lidámos muito bem com a quarentena, mas também as condições espetaculares que temos no Autódromo do Algarve. O Algarve está acima de muitas pistas que estão no campeonato de F1. Vai ser o ex libris termos a F1 em Portimão e o mérito é do Paulo Pinheiro, por ser o “maluco”, pois realmente uma pessoa que pensa fora da caixa e que pensa em grande para ter um autódromo em Portimão e as grandes ideias vêm destas grandes pessoas”. Ainda sobre Paulo Pinheiro, o piloto acrescenta: “O Paulo está mais do que de parabéns, eu não tenho dúvidas que vai acontecer, vamos ter uma corrida de F1 em Portimão, a não acontecer tem de haver algo político muito forte por trás…”
A entrevista completa pode ser vista aqui.
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