Costinha, antigo internacional português e treinador de futebol, esteve à conversa no Planeta Eleven, em direto no Facebook da ELEVEN SPORTS. O ex-jogador comentou o regresso do campeonato português e abordou aspetos relacionados com a sua carreira de jogador e com o percurso de treinador, no qual o seu último desafio foi orientar o Nacional em 2018-19.
Questionado sobre o recomeço da Liga Portuguesa, Costinha assumiu que “enquanto espetador e fã, ansiava há muito pelo regresso do futebol. Tenho de dar os parabéns a Portugal pela maneira como lidou com a pandemia, já que foi isso que levou a que pudéssemos ter agora o futebol de volta”, salientou o ex-internacional por Portugal em 53 ocasiões. Costinha falou também sobre as especificidades do recomeço da competição quase três meses depois: “Haverá novos desafios para as equipas. A pandemia retirou um pouco da forma dos conjuntos e penso que nenhuma equipa terá o conhecimento exato sobre o que encontrará no adversário. Também os estádios vazios serão algo diferente, porque sem a pressão do público pode diminuir-se um pouco o fator casa, como se tem visto na Bundesliga”, referiu.
Com o FC Porto à frente do Benfica por apenas um ponto, Costinha abordou a luta pelo título: “Espero um campeonato renhido e disputado até final, com ambas as equipas a dar o seu melhor pelo primeiro lugar, da mesma maneira que haverá uma luta forte pela Europa ou pela manutenção”, aproveitando também para traçar semelhanças entre Sérgio Conceição como jogador – que foi seu companheiro de equipa – e como técnico: “Os jogadores de personalidade vincada não vão abdicar disso enquanto treinador. Eu olho para o Sérgio agora e não é diferente do que era como jogador, começando pela exigência, desde logo com ele próprio”, garantiu.
Em 2001, Costinha deixou de jogar no Mónaco para atuar no FC Porto, e o antigo médio assegurou ter sido uma troca “muito feliz, pois consegui vencer a Taça UEFA, a Liga dos Campeões e a Taça Intercontinental”. Muita da glória obtida pelo ‘Ministro’ nos ‘dragões’ foi com José Mourinho no banco, e o ex-jogador explicou a importância do técnico luso: “Incutiu-nos o vício de vencer. A nuance tática que Mourinho fez da Taça UEFA para a Champions, passando nós de jogar em 4-3-3 para 4-4-2 losango, controlando assim melhor o meio-campo com jogadores inteligentes e de boa técnica, foi decisiva para sermos campeões da Europa”, explicou Costinha, que recordou o “momento marcante na história do FC Porto, o derrubar de uma barreira” que foi o seu golo em Old Trafford, ante o Manchester United, que valeu a passagem aos quartos-de-final da Champions League 2003-04.
Costinha realizou, também, 32 partidas ao serviço do Atlético de Madrid e comentou a adaptação de João Félix ao clube espanhol: “Em termos de massa adepta, João Félix não foi encontrar algo de muito diferente no Atlético em relação ao Benfica. A diferença está relacionada com o nível de cada campeonato. A LaLiga é muito mais competitiva que a Liga Portuguesa, é uma competição com ritmo elevado, em que todos jogam para ganhar. Cá, num clube como o Benfica, ele em todos os jogos tinha inúmeras oportunidades para marcar, e lá enfrenta uma realidade bem mais equilibrada. Também se terá de adaptar às exigências de Simeone, mas julgo que, mais cedo ou mais tarde, irá adaptar-se a essas dinâmicas e ser uma mais-valia”, assegurou.
Finalmente, Costinha, que já orientou Beira-Mar, Paços de Ferreira, Académica e Nacional, falou sobre a sua intenção de voltar ao ativo: “Se fores treinador de futebol, o teu projeto é que a bola entre mais vezes na baliza do adversário que na tua, caso contrário terás problemas. Este ano, recebi algumas propostas e rejeitei-as porque decidi terminar o IV nível de treinador. Tenho tido algumas abordagens interessantes, mas o meu futuro vai passar por saber se, quando as pessoas falarem comigo, as suas intenções casam com as minhas ambições. Passa mais por aí do que por ser em Portugal ou no estrangeiro”, assegurou.
A entrevista completa pode ser vista aqui.
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