Bruno Alves, central do Parma e internacional português, esteve em direto no Facebook da ELEVEN SPORTS. O jogador, que soma 96 partidas pela seleção, recordou os momentos mais marcantes de uma carreira que o levou a ser campeão em Portugal, Rússia e Turquia e a vencer o Euro’2016, falando também sobre o momento que o futebol vive em virtude da pandemia do Covid-19.
O jogador encontra-se em Itália, explicando o que o levou a não regressar a Portugal desde o último jogo do Parma, a 8 de Março: “Não fui para Portugal porque, inicialmente, eles não libertaram os jogadores para ir e, depois, se voltasse teria de fazer isolamento obrigatório em Portugal e, ao regressar a Itália, teria de voltar a realizar isolamento obrigatório”, salientou, acrescentando: “Mas não tenho nada a lamentar. Estou bem, apesar da distância da família. Contacto muito com eles e com os meus amigos, e são essas pessoas que me dão força todos os dias”.
Bruno Alves assume que não foi fácil deixar a rotina competitiva: “Foi difícil perder aquele hábito de acordar, ir para os treinos e voltar para casa diariamente. Eu adoro treinar, mas com o objetivo de jogar depois. Tenho saudades do jogo, da competição, da paixão, da adrenalina”, revelou, ainda que tenha aproveitado esta paragem para cuidar do seu físico. “Preocupei-me em melhorar a minha saúde. Fui sempre treinando, comprei uma bicicleta, fiz exercícios novos, não só de ginásio. É uma aprendizagem positiva. Acho que sairei disto mais forte, até mentalmente”.
Sobre o regresso à competição, que em Itália poderá ocorrer a 13 de Junho, Bruno Alves garantiu “confiar nas autoridades. Acredito que vamos poder voltar a jogar e, para mim, após dois meses a treinar em casa, seria uma desilusão se não houvesse campeonato. Até porque já não tenho muitos anos de futebol pela frente e tenho de aproveitar ao máximo”.
Aos 38 anos, Bruno Alves continua a ter um grande rendimento, sendo capitão do Parma, conjunto com o qual renovou contrato recentemente até Junho de 2021. O central explicou a razão da sua longevidade: “Cuido muito da minha saúde. Alimento-me muito bem, estudo bastante esses temas para me proteger ao máximo. Todos os dias apanho sol, tenho cuidado com os meus intestinos e treino com toda a dedicação. Todos os dias penso em adquirir melhores hábitos de saúde. Jogar até que idade? Não sei. Não me coloco limites. Vou ouvindo a resposta do meu corpo todos os dias e uso os bons dados do meu desempenho para me auto-motivar. O futuro só Deus sabe.”
Bruno Alves, o 7.º jogador mais internacional da história da seleção nacional, recordou o “momento fantástico e de grande orgulho” para todos os portugueses que foi vencer o Euro’2016. Sem atuar pela equipa das quinas desde 2018, Bruno Alves garante respeitar as escolhas de Fernando Santos: “Claro que sinto falta da seleção e gostava de voltar, mas respeito complemente as decisões do treinador e fico muito feliz com o sucesso dos meus companheiros de seleção”, referiu o defesa, que escolheu Pepe como “o melhor central com quem joguei e que vi ao vivo, é muito completo”, nomeou Cristiano Ronaldo e Drogba como “os avançados mais difíceis que já tive que marcar” e elogiou o “grande potencial, humildade e vontade de aprender” de Rúben Dias.
O central, que considera que para ter êxito na sua posição é preciso “ser rápido, ser bom de cabeça, saber construir, ter liderança e carisma”, falou sobre o FC Porto. Bruno Alves reconheceu o muito que aprendeu nos dragões: “O jogo começava no treino, que era duro, leal, no limite. Aprendi imenso sobre liderança e carácter com João Pinto, Vítor Baía ou Jorge Costa. No FC Porto joguei o melhor futebol da minha carreira e ganhei os primeiros títulos”, reconheceu o jogador, que assume “desejar que o FC Porto seja campeão”, mas não quis abordar um possível regresso ao clube. “Há uns tempos encontrei o Sérgio Conceição de férias, na Sardenha, e ele ainda me tentou abordar para voltar ao FC Porto. Mas não faço previsões. Só me quero levantar amanhã, de saúde e fazer o meu treino. Estou focado no Parma, um clube que me acolheu de maneira fantástica e com o qual não posso ser ingrato”.
Relativamente ao regresso da Liga Portuguesa, espera que aconteça e diz que gostava que o FC Porto seja campeão. “Acho que vai ser um final de liga renhido, com luta até ao fim entre o FC Porto e o Benfica, mas obviamente que gostava que o Porto fosse campeão.”
Finalmente, Bruno Alves deixou uma mensagem: “Mando um forte abraço para todos os profissionais de saúde, para todos os que lutam por nós. E que toda a gente se cuide, melhore a saúde e tente fazer o bem. Cuidem-se, sejam positivos, ambiciosos, verdadeiros e honestos, que amanhã será um dia melhor que hoje”.
A entrevista completa pode ser vista aqui.
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