Hernâni Fortes, avançado do Levante Unión Deportiva, participou no programa “PLANETA ELEVEN”, através do Instagram da ELEVEN SPORTS. Durante praticamente uma hora de conversa, o ex-jogador do FC Porto, V. Guimarães e Olympiacos confessou alguns segredos da carreira, falou do dia em que lhe tremeram as pernas num jogo da Liga dos Campeões, que nem acreditou quando jogou com Messi em Camp Nou e que gostava de ser treinado por Jürgen Klopp.
A entrevista está disponível na íntegra em Podcast
Com a ausência de jogos e competições devido à pandemia do COVID-19 Hernâni partilha que a sua rotina: “Tirando a parte dos treinos em casa, tem sido um pouco engraçado, tenho tentado fazer coisas diferentes como cozinhar um pouco, ver filmes e séries.”
Relativamente à mudança de clube e opção de ir jogar para Espanha o avançado refere: “Agradou-me bastante, é um campeonato aliciante. É o melhor campeonato do mundo a par do inglês. Às vezes mudar de clube é muito positivo, abre-te a mente para outras coisas, faz-te crescer pessoal e fisicamente”.
Hernâni fez rasgados elogios a Messi e Ronaldo: “Quando tive oportunidade de jogar em Camp Nou, primeiro estava numa realidade que nunca tinha imaginado estar. E depois poder estar perto do Messi, sabendo a qualidade que tem, foi muito especial. Infelizmente ainda não consegui jogar contra o Ronaldo, quando vim para a Liga espanhola ele já tinha ido para Itália. Mas é um jogador que gostava muito de defrontar e de estar perto.”
Quanto a preferência entre Messi e Ronaldo Hernâni conclui: “Gosto muito do Cristiano, e do Messi também, mas penso que, pelo que dá, o Cristiano é diferente, pelo trabalho que tem. Também tive de trabalhar bastante na minha carreira. Com o Cristiano podemos aprender bastante. O que o Messi tem é dele, é natural e um dom. O Cristiano foi tudo à base do trabalho.”
Para Hernâni: “Não há uma receita para travar o Messi, tens é que estar concentrado e as vezes nem isso ajuda. É um jogador muito imprevisível as vezes vai para a direita outras para a esquerda, nunca sabemos”.
Na opinião de Hernâni, a sua melhor temporada: “Foi em Guimarães. Foi um ano (16/17) em que consegui explorar todas as minhas capacidades. E com as boas exibições que fiz consegui voltar ao FC Porto. Foi no Vitória que consegui tirar para fora tudo o que tinha. Foram 12 golos, cerca de 7 assistências, ou seja, estava a passar o meu melhor momento. Sentia-me bem, confiante e quando te sentes assim tem tudo para que as coisas aconteçam.”
Sobre a LaLiga o jogador do Levante remata que: “O campeonato espanhol por ser um jogo muito mais aberto, mas tático torna-se mais difícil porque todas as equipas querem jogar. Uma equipa que pode estar para descer vai a Camp Nou ou ao Bernabéu e joga olhos nos olhos. Todos os jogadores têm muita qualidade, começando no guarda-redes e acabando no ponta de lança. Em Portugal podemos dizer que temos 4/5 equipas assim, depois as outras lutam entre si pela manutenção. Aqui não, até ao último jogo à luta e para mim essa é a diferença aqui em Espanha.”
Sobre os tempos no FC Porto Hernâni referiu que: “Quando cheguei ao balneário do FC Porto, e nessa altura estou a falar de jogadores como Jackson Martínez, Ricardo Quaresma, jogadores de outro nível, aí sim senti que estava num ambiente estranho. Muito contente por estar ali, mas ao mesmo tempo não sabia o que fazer, o que dizer, como agir, enfim estava um pouco bloqueado. Mas com o passar do tempo tu sentes que fazes parte de um clube grande.”
“Poder jogar com pessoas como o Casillas ou o Brahimi passas a maior parte do tempo a desfrutar, quer seja em treino ou nos jogos. São pessoas top, com coração muito bom. Foi muito bom ter partilhado muitos momentos com eles e isso marcou-me bastante.”
Quanto à possibilidade de regresso a Portugal Hernâni salientou que: “O Futebol Clube do Porto e o Vitória de Guimarães são os clubes que tenho gravados no meu coração. Deram-me muito do que tenho hoje, do que sou hoje. Voltando a Portugal seria para um dos dois.”
A Liga dos Campeões é a melhor competição. “Houve um jogo contra do Dínamo Zagreb, quando estava no Olympiacos, onde fui titular que me arrepiei. Quando estávamos alinhados antes do início e começou a tocar o hino, posso dizer que fiquei arrepiado. É a melhor competição. Jogares contra jogadores que regra geral só jogas contra na PlaySation é uma sensação espetacular”, salientou Hernâni.
Finalmente, Hernâni aproveitou para falar sobre os treinadores que teve ao longo da sua carreira: “Tem sido muito importante a passagem de vários treinadores pela minha carreira, cada um deles tem extraído algo diferente de mim. Em alguns momentos as coisas não correram como eu queria, mas não deixa de ser importante.”
“Toni Pereira é um treinador duro, como se costuma dizer no “ranho”, Rui Vitória é um treinador com estilo, sabe como chegar ao jogador. Pedro Martins é cauteloso, motivador, sabe como tocar no jogador. Lopetegui é muito teimoso, casmurro, muito fiel às suas ideias. Sérgio Conceição é um treinador duro, mas agridoce. Capaz de te dar um raspanete para puxar o melhor de ti, mas depois dá-te um sentido abraço. Marco Silva é tranquilo, como pessoa é top, aberta e genuína.”
Ainda sobre treinadores Hernâni referiu que: “Gostava de ser treinado por Zidane, Klopp, Jorge Jesus e Mourinho, sendo que neste momento para mim o melhor é o Klopp pelo momento em si e pela equipa que tem”.
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